Caros irmãos,
A casa que utilizamos para a nossa vida comunitária de fé é quase sempre designada por igreja, pois nela se reúne a Igreja (ecclesia), assembleia convocada por Deus para cantar unida os seus louvores, escutar a sua Palavra e receber os seus dons, a sua presença, por meio dos Sacramentos. Por essa razão, até mais do que nossa, esta casa é de Deus.
Assim, podemos dizer da nossa igreja o que disse Jacob em Betel: este lugar é a casa de Deus e a porta do Céu (Gen 28, 17) E a presença de Deus na nossa casa, lembra-nos também essa grande verdade: somos morada de Deus. (Jo 14,23; 1 Cor 3, 16). Podemos estabelecer deste modo uma analogia entre a casa/templo, e a nossa própria vida, para nos lembramos que “sempre que vimos à igreja, devemos preparar bem a nossa alma, tal como gostamos de ver adornado o templo de Deus. Queres encontrar a basílica limpa? Então não queiras sujar a tua alma com a imundície do pecado. Se queres que a basílica esteja luminosa, também Deus deseja que a tua alma não esteja nas trevas, como diz o Senhor no Evangelho” (São Cesário de Arles, Sermão 229, séc. VI). Por esta razão, tal como a nossa vida é constantemente chamada à conversão, também a nossa casa/templo é chamada “à conversão” , para se tornar sempre mais bela, para ser um sinal sempre mais eloquente da nossa vocação à santidade.
Neste sentido, é com alegria que vos anunciamos que dentro de algum tempo será colocado na nossa igreja um conjunto de cinco telas, da autoria do Mestre António Bessa, do Porto, que muito nos honrou com a sua dedicação, colaboração e empenho, desde a primeira hora, e a quem deixamos uma palavra de grande gratidão. Essas cinco telas serão o nosso Retábulo jubilar, para marcar o Jubileu da Encarnação, convocado pelo Papa Francisco como uma peregrinação da Esperança. Chamamos “jubilar” ao Retábulo porque no centro está Cristo na Cruz. E Cristo Redentor é a nossa esperança. Por isso a Igreja canta desde há séculos: Ave Crux, spes unica! (Salvé ó Cruz, única esperança!). Ao lado da cruz estão Nossa Senhora, Santa Joana (nossa Padroeira), São João Evangelista (que esteve junto à Cruz e a quem Santa Joana deve o nome), e São Domingos, que fundou a Ordem na qual Santa Joana entrou por vocação!
A instalação do retábulo — que acontecerá nos próximos meses (assim esperamos) — será também ocasião propícia para avançar com algumas obras de melhoramento da zona do altar, tal como já o Senhor Padre Duarte tinha previsto. Iremos por isso avançar com um dos projectos, que me foi apresentado pelo Arq. José Diogo Douwens, enquadrando-o com o retábulo jubilar.
Para estas obras contamos com a vossa preciosa e generosa colaboração, e também com a vossa oração! Que estas obras sejam um estímulo a fazermos "obras" na nossa vida, e que, ao fazermos coisas belas, queiramos também tornar a nossa vida lugar de beleza (cf. Papa Bento XVI, Encontro com o mundo da cultura, Lisboa 12.05.2010). Muito obrigado a todos,
Pe. João Vergamota